Fui jantar ontem à noite no La Paillote, que saiu do Ipiranga e está na Melo Alves. Para meu imenso espanto, a mudança foi há dois anos. Eu só tinha reparado há umas duas semanas. Combinei de jantar lá com o Paulo Mortari e o Helinho Pires. Os dois chegaram antes de mim. No restaurante inteiro, só nós três. Até aí, tudo bem, porque aproveitamos para colocar todos os assuntos possíveis em dia, sem a preocupação que a conversa pudesse ser ouvida ou decodificada. Demos muita risada, gritos de espanto, falamos mal dos outros, foi uma delícia. A casa está na terceira geração de donos. Quem manda agora é uma neta do fundador francês, que manteve os clássicos do cardápio. Comemos o camarão à provençal, perfeito como sempre, e um camarão gratinado que estava muito bom. A famosa marjolaine de sobremesa. Deliciosa. É comida fora de moda, porque cheia de calorias, a gente come com culpa, mas tudo bem. A decoração também é demodée, querendo manter o clima do restaurante antigo, sem conseguir. Mas nos preços é que estava o segredo daquela desolação. Na porção vinham apenas três camarões, apesar de bem grandes. E o preço: R$ 50,00 reais por unidade de camarão. Moral da história, o Le Jazz, e o Domenico, que é novo e ainda não conheço, do outro lado da rua, pululavam de gente.