Os palcos paulistanos começam a oferecer novidades a partir desta semana. Duas estreias marcam os próximos dias. A primeira é uma comédia deslavada, com Otávio Muller dirigindo e interpretando o texto de Cláudia Tapez, A vida Sexual da Mulher Feia. Como até os belos já se sentiram feios em algum momento da vida, há uma espécie de cumplicidade da plateia com a personagem, uma complacência que provoca gargalhadas de solidariedade e autoreferência. Só de imaginar Muller interpretando Maricleide já dá vontade de rir antes mesmo do espetáculo estrear, amanhã, no teatro Folha, no Shopping Páteo Higienópolis.
O outro espetáculo também é uma comédia divertida, um texto do italiano Eduardo de Filippo, ícone do teatro e cinema italianos do século 20, que se vale do humor para fazer críticas ao poder, alternando verdade e farsa. A Arte da Comédia, que estreia sábado do Sesc Santana, com Ricardo Blat, Thelmo Fernandes e mais dez atores, contrapõe uma companhia teatral ao prefeito de uma cidade do interior. O resultado é inteligente e engraçado, tanto que a peça chega do Rio cheia de indicações para prêmios.
Os irmãos Caymmi, Nana, Dori e Danilo, se reúnem neste fim de semana no palco do Sesc Pompéia, em São Paulo, para homenagear o pai, Dorival Caymmi, morto em 2008, que faria 100 anos em 2014. Nos quatro shows, de quinta a domingo, os Caymmi vão explorar canções não muito conhecidas, e músicas que eram cantadas pelo pai quando reunia a família ao redor da mesa. É claro que o público será contemplado também com algumas de suas composições mais famosas. Deve ser um espetáculo imperdível. Eu só lamento informar que os ingressos já estão esgotados tanto na bilheteria quanto no site do Sesc.
Finalmente, não deixem de ver a mostra sobre o cineasta Stanley Kubrick, em seus últimos dias de apresentação no Museu da Imagem e do Som, na Avenida Europa. Figurinos e objetos de seus filmes famosos, desde Laranja Mecânica a 2001 Epopéia no Espaço, o Iluminado, e De olhos bem fechados, todos guardados por sua mulher Christiane, estão à disposição do público cinéfilo. Nos últimos dias, os horários foram bem ampliados. Amanhã, o museu fecha à meia noite; no sábado, fica aberto até as três da manhã, e no domingo abre das 10 às 23h. É para os retardatários de sempre não terem desculpa. Só um aviso, a fila é imensa.