O Sesc Pinheiros abriu esta semana uma exposição que discute a relação do homem moderno com a comida. Do desperdício em zonas de fartura, à escassez em outras; a discrepância na distribuição de alimentos mesmo onde eles não faltam; as migrações forçadas pela fome; a preservação da natureza e as consequências das mudanças climáticas; o envenenamento da produção agrícola. O assunto é infindável. Sob o título Food — Reflexões sobre a Mãe Terra, Agricultura e Nutrição, a curadora Adelina von Furstenberg, que é uma cidadã suíça de origem armênia, reuniu pinturas, esculturas, fotografias, vídeos e instalações que, usando a arte como suporte, discutem este tema essencial. Adelina é diretora da Art for the World, ONG ligada à ONU. Os artistas todos têm renome internacional. Na lista, há estrangeiros famosos, como a sérvia Marina Abramovic, o romeno Mircea Cantor, a marroquina Ymane Fahkir, o indiano Raghubir Singh, o espanhol Miralda, a suíça Pipilotti Rist, o japonês Shimabuku, e os brasileiros Lenora de Barros, Ernesto Neto, Eduardo Srur e Anna Maria Maiolino. Só para dar uma ideia, Abramovic mostra um vídeo em que come uma cebola crua, como se fosse uma maçã, e seu rosto mostra o desconforto daquela ingestão. O texto fala sobre o desconforto da vida em aeroportos e em vernissages. Srur apresenta instalação e um vídeo num supermercado, em que há uma performance sobre o desperdício. A mostra, que veio da Suíça, fica até 4 de maio, quando é transferida para Marselha, na França.
Outra mostra que mistura artistas estrangeiros e brasileiros abre amanhã na Caixa Cultural, na Praça da Sé. Está é dedicada à street art, e o título é Um Panorama Urbano. A curadora portuguesa Leonor Viegas reuniu a obra do inglês Bansky, dos franceses Jef Aerosol e Rero, dos portugueses Vhils e MaisMenos, da dupla italiana StenLex e do brasileiro Nunca, que ela coloca entre os grandes nomes mundiais do setor. Uns já veteranos, outros bem jovens, todos representantes do grafite, a arte que nasceu nas ruas nos anos 40 do século passado, e hoje transita pelos grandes museus do mundo. É uma arte pop, sempre revisitada e atualizada. Aqui ela se apresenta em suportes diversos como estêncil, pôster, colagem, carimbo, resina, esculturas e instalações. A maioria das obras foi concebida para esta exposição. Os italianos realizam a obra no local. De São Paulo, onde fica até 20 de abril, a mostra segue para o Rio e Brasília.