Não posso dizer que o Dr Ruy Mesquita tenha sido um pai para mim, porque eu tive, e ainda tenho um pai ótimo. Mas que minha convivência com ele, com seu irmão, com seus filhos foi determinante na minha vida e na minha formação como homem, cidadão e jornalista, não há dúvida. O Jornal da Tarde e o Estadão formaram uma legião de bem pensantes. Dr Ruy sempre foi o exemplo. Igual a eles, minha família apoiou o golpe de 64, contra o comunismo. Mas foi com os Mesquitas que eu entendi que o contrário do comunismo não é a ditadura de direita, que é igual com sinal invertido, mas a liberdade. Eu entrei para o JT muito jovem, no meio da faculdade, ainda em formação. Foi lá, para sorte minha, que eu me tornei o que sou, seguindo o exemplo que eu via. Sempre tive medo que, depois que o Dr Ruy se fosse, viria o dilúvio. Mas as palavras finais do texto de hoje do Fernão, no Estadão, por sinal muito bonito, me reconfortaram, e me derama esperança de que ainda haja força para seguir na defesa da liberdade na geração que tomará o timão. Salve Dr Ruy! Descanse em paz