De onde deveria vir o exemplo verde, virá um exemplo negro – árvores vivas serão trocadas por museu de animais mortos. Sem a mais remota necessidade.
Pedimos licença para reproduzir a seguinte matéria do blogs.estadao/jt cidades:

USP PERDERÁ UM PARQUE TRIANON EM ÁRVORES

  • 22 de setembro de 2011 |
  • 23h25 |

Categoria: Meio ambiente

Por Rodrigo Burgarelli

Considerado um dos locais com mais áreas verdes na capital paulista, o câmpus da Universidade de São Paulo (USP) no Butantã, zona oeste, vai perder 1.328 árvores. Essa pequena mata, equivalente a um Parque Trianon, vai dar lugar a um conjunto de museus planejado pela reitoria desde 2001. O corte é um dos maiores aprovados neste ano pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

Para se ter comparação, a obra de duplicação da Marginal do Tietê em 2009 derrubou cerca de 800 árvores, pouco mais da metade do que será cortado na USP. A universidade será obrigada a manter no local apenas 217 árvores, além de plantar outras 6 mil mudas. “O problema é que serão cortadas árvores adultas, robustas, que trazem um grande benefício para o clima daquela região. Já essas mudas só trarão efeito similar daqui a 20 ou 30 anos”, disse o ambientalista Carlos Bocuhy.

A área fica do lado da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, perto da Avenida Corifeu de Azevedo Marques. Para Bocuhy, o local é inadequado para uma obra desse porte. “Existem várias outras áreas na USP com bem menos árvores, que trariam um impacto muito menor”, afirma.

As árvores são consideradas essenciais pois ajudam a umidificar o ar em zonas localizadas dentro da cidade, o que contribui para a dispersão dos poluentes e alivia os efeitos causados pelo tempo seco. Outras contribuições das matas urbanas são a refrigeração da atmosfera nas redondezas e o aumento da circulação do ar.

O plano da USP é erguer no local o “Parque dos Museus”, um conjunto de 53 mil m² projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha que será sede do Museu de Arqueologia e Etnologia e do Museu de Zoologia. Isso só será possível por causa de uma obra considerada irregular pelo Ministério Público, que obrigou a incorporadora Brookfield a contribuir com o projeto após danificar um sítio arqueológico no Itaim-Bibi, onde constrói um prédio.

“Esse plano de construção de novos prédios, que vai gastar R$ 240 milhões dos cofres públicos, não foi nada democrático. Não tivemos a chance de discutir nem sobre o impacto dessa obra na área verde do câmpus nem sobre sua finalidade, que também é questionável”, diz o diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP, Thiago Aguiar.

A universidade afirma que todo o processo está sendo feito de acordo com as orientações da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Segundo a USP, o projeto é importante para a comunidade acadêmica, uma vez que vai aproximar o Museu de Zoologia à Cidade Universitária – hoje, ele funciona no Ipiranga, na zona sul – e aumentar a área disponível para as exposições. A previsão de inauguração é em 2013.

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Foto: Reprodução (www.usp.br/imprensa/?p=12148)

 

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