Sucesso de documentários faz Rodrigo Facundes virar notícia na imprensa africana


Uma câmera na mão, muita coragem e o sonho de desvendar novas culturas. Com essas ferramentas e espírito aventureiro na bagagem, o jovem jornalista Rodrigo Facundes viajou por 1 ano e 10 dias diversos lugares do planeta para ampliar as suas experiências pessoais, além de registrar os momentos marcantes em incríveis documentários e em seu blog (maninganice.blogspot.com.br).  Suas histórias são contadas na Austrália, onde morou, e visitas pela África e Ásia.

 

Rodrigo Facundes e família Nhamposa ( Foto: Arquivo Pessoal)

Entre os destaques de seu passeio pelo mundo está à passagem pela República de Moçambique, nas cidades de Maputo (capital) e Inhambane, uma província, onde a população local é ainda mais privada de recursos básicos. Em seis semanas no país, o ousado repórter registrou documentários peculiares eternizando a superação e a vida de uma das populações mais carentes do planeta.

 

Casa do Samito

Durante quatro dias, o brasileiro ficou hospedado na casa de uma família típica moçambicana, uma espécie de aldeia. Esse tempo foi planejado para que o repórter conseguisse retratar, quase que sociologicamente, como 12 pessoas vivem em um lar, avaliado por eles mesmo como venturoso, com poucos alimentos, sem qualquer infraestrutura de energia elétrica, gás, água encanada e saneamento básico.

 

Rodrigo Facundes em Moçambique (Foto: Paola Bello)

“Mesmo sabendo que em nosso país existem regiões similares aquela, busquei uma analogia singular. A sensibilidade deles foi fonte de inspiração para eu tentar apresentar, de alguma forma respeitosa, a resignação, a alegria e a sabedoria do povo de Moçambique”, explica Facundes.

Foi nesse cenário, na casa do Samito, um dos filhos desse lar, que o retrato da solidariedade de um povo começou a ser revelado. Onde a alimentação era constituída de escassos frutos da plantação e pesca, foi identificado um pai preocupado com a comunidade e consciente da sua posição social. Considerando-se pobre, porém privilegiado, por ter como alimentar todos os membros da família.

 

Doença em Maputo

Ainda nessa emocionante viagem, na cidade de Maputo, o jovem repórter documentou a realidade de voluntários e religiosos de orfanatos e de centros comunitários. Sendo muitos deles vítimas das consequências da pobreza de um país, como o Brasil, marcado pela miséria, colonização portuguesa e exploração de outros países.

Líder atuante, Talvina Armando, 32, educadora na ONG ASSCODECHA, foi uma das personagens marcantes eternizadas no blog do jornalista. Mãe aos 15 anos, como mais de 11% da população, contraiu o vírus HIV, perdeu um dos dois filhos em consequência da doença, perdeu dois companheiros, passou por assédios, humilhações e ainda hoje, é vítima de preconceitos. Em meio a tantas adversidades encontrou superação, continuou a estudar e buscou minimizar a dor de outras pessoas com o seu trabalho.

“Não conto essa história por causa da doença, do drama ou do romantismo. Ela soube usar tanta tristeza e sofrimento para se tornar uma pessoa mais forte e altruísta. Um exemplo de determinação e solidariedade que merece ser compartilhado. Descobri que o país tem outros vírus mais contagiosos, o da superação e da verdadeira solidariedade”, relata o jornalista Rodrigo Facundes.

 

Um olhar compartilhado

 

A apresentadora Helô do programa JChat de TV de Moçambique e o jornalista.

Reconhecido por sua sensibilidade ao contar a vida dos africanos de Moçambique, o jovem repórter, acostumado a fazer entrevistas, ficando do outro lado do microfone, foi cercado pela mídia do país para contar como realizou o trabalho e ainda apresentar suas experiências profissionais e pessoais para um grande número de pessoas.

 

Duas importantes emissoras de Moçambique transmitiram programas com mais de 30 minutos de entrevistas, diversos sites divulgaram a obra do engajado brasileiro e ainda as redes sociais continuam a multiplicar pelo mundo as imagens e textos do sensível trabalho desenvolvido.

“Eis o poder da comunicação, ligando pessoas, passando mensagens e sendo aproveitada para o bem, como foi criada para fazer. Fui recebido pela mídia local de forma muito profissional, como era de se esperar, em um país de pessoas tão dedicadas e carismáticas”, conclui o repórter.

As aventuras de Rodrigo Facundes terminaram no início de fevereiro com a sua volta ao Brasil depois de mais de 1 ano fora. Agora, o jornalista pretende continuar a produção de documentários e entrevistas de cunho social, esportivo e político.

 

Confira outros vídeos de Rodrigo Facundes em seu Canal do Youtube: http://www.youtube.com/rodrigooverall