Aviões não tripulados irão atuar na detecção de crimes ambientais em São Paulo

O Estado de São Paulo terá a partir do mês de julho o auxílio de três Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), produzidos por uma empresa de São Carlos (cidade localizada a cerca de 230 km da capital paulista), para ajudar no monitoramento ambiental nas áreas rurais. A nova estratégia no combate às agressões ao meio ambiente é resultado de uma parceria inédita entre a Polícia Militar Ambiental (PMA) do Estado de São Paulo, o Instituto Inova e a AGX Tecnologia, empresa responsável pela fabricação dos VANTs.

Operados por um sistema autônomo de navegação, os “aviões-robôs” são considerados um importante aparato na detecção e obtenção de provas concretas contra crimes ambientais. A alta capacidade no processamento de imagens georreferenciadas irá permitir que os VANTs identifiquem com precisão áreas desmatadas, infrações em Áreas de Preservação Permanente (APPs), pesca ilegal, queimadas irregulares em lavouras, além da localização de pessoas perdidas em matas e de vítimas de afogamento.


Para o comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar Ambiental de Ribeirão Preto, capitão Luis Gustavo Biagioni, outra vantagem na utilização dos aviões não tripulados será a otimização das intervenções policias, uma vez que as patrulhas terrestres poderão ser direcionadas às ocorrências de forma rápida e precisa. Biagioni explica que 15 policiais de diferentes batalhões do Estado estão em treinamento. Somente após concluírem 144 horas de aulas práticas e teóricas os agentes estarão aptos a operar os VANTs, o que deverá ocorrer no início de julho.

O módulo teórico do treinamento é realizado no laboratório do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), localizado no campus 2 da USP São Carlos. As aulas práticas ocorrem na pista da Associação Sãocarlense de Aeromodelismo, que fica no campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O treinamento dos policiais deve ser concluído em junho.


Sobre os aviões não tripulados – Os VANTs utilizados nessa parceria serão cedidos à PMA pela AGX Tecnologia, que dará todo o suporte técnico durante um período de dois anos, que poderá ser extendido. O diretor da empresa, Adriano Kancelkis, explica que um dos modelos de avião-robô empregado no monitoramento, denominado Tiriba 2, é movido a energia elétrica, possui uma hora de autonomia de voo, o que lhe permite sobrevoar 400 hectares a uma velocidade que pode variar de 80 Km/h a 120 Km/h.

“Esse avião permitirá à polícia monitorar e quantificar crimes ambientais com alta precisão. São benefícios que envolvem um baixo custo operacional e ausência de riscos, já que o VANT não é operado por um piloto”, destaca Kancelkis. A AGX irá disponibilizar dois VANTs Tiriba 2 e um VANT Arara para a PMA, sendo este último modelo movido a gasolina e com quatro horas de autonomia de voo.