Começou no mês de Outubro, na Cinemateca Francesa em Paris, uma exposição muito interessante sobre o cabelo feminino no cinema.  Pontuada por numerosos extratos de filmes, arquivos de televisão, fotografias, quadros e curtas metragens, a exposição Brune/Blonde, tem como foco principal o cinema e suas atrizes míticas: morenas ou loiras, sem se esquecer das ruivas.

Cabelos curtos ou longos, recatados ou sensuais. O cinema e seus cineastas engajados em uma forma de expressão do corpo: a representação da cabeleira feminina, que nesse caso esta intimamente ligada ao desejo, a sexualidade, a paixão e ao amor. Como muito bem explicitado pelo coque em espiral usado por Kim Novack em Um corpo que cai de Alfred Hitchcock, reproduzido mais de 30 anos depois por David Lynch em Estrada Perdida.

Em todo o seu percurso, a exposição coloca em foco e relaciona o cinema clássico e o cinema independente, o cinema ocidental e o oriental, o cinema de ontem (Buñuel, Hawks, Antonioni, Fuller, Bergman, etc) e o cinema de hoje ( Wong Kar-Waï, Kiarostami,etc). é possivel conhecer mais sobre a historia do cinema e as representações do cabelos feminino ao longo dos tempos, como por exemplo a evolução, no cinema Hollywoodiano, da loira – relegada, até os anos 30 aos papéis de esposa fiel, antes de se tornar na década seguinte, sinônimo de mulher sedutora.

Com um grande profusão de imagens em movimento, a exposição também valoriza a influencia do imaginário cinematografico na sociedade. Os cineastas,  grandes criadores de ícones, moldam as atrizes e inventam estilos que influenciam a moda de gerações inteiras. Os cabelos curtos nos anos 20 (Louise Brooks), os cabelos platinados dos anos 30 (Jean Harlow), as tinturas ruivas extravagantes dos anos 40 (Rita Hayworth), os cabelos longos e soltos dos anos 50 a la Brigitte Bardot, os cortes androginos dos anos 60, a loirisse soberana de Catherine Deneuve ou as provocações da cabeleira latina de Penélope Cruz (escolhida pra ilustrar os cartazes da exposição).

Fotos: Reprodução

Além de tudo isso, a exposição também aborda as interaçoes conscientes e inconscientes que o cinema mantém com diversas outras artes na representação da beleza e dos mistérios femininos. O cinema conseguiu com grande perfeição explorar em seus máximos detalhes os movimentos dos cabelos femininos, como numerosos pintores, escultores e fotógrafos também imortalizaram em suas obras ao longos dos séculos.

A exposiçao Brune/Blonde fica em cartaz até 16 de Janeiro de 2011 na Cinemateca Francesa em Paris. Mais informaçoes em www.cinematheque.fr

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