A mostra exibirá  fotografias, desenhos e gravuras que retratam o Brasil do séc. XX

Praia Botafogo, Rio de Janeiro c. 1893 - Marc Ferrez/Coleção Gilberto Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles

A Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e o Instituto Moreira Salles apresentam, a partir do dia 1º de abril, a exposição Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles. Com 280 obras, entre fotografias, desenhos e gravuras produzidas entre os anos de 1820 e 1920, a mostra fica em cartaz até 17 de junho no Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP).

Para os curadores Carlos Martins, Sergio Burgi e Julia Kovensky  o objetivo da exposição, ao reunir os acervos fotográfico e iconográfico do Instituto Moreira Salles, é apontar os procedimentos que moldaram a representação da paisagem brasileira no decorrer do século XIX. Na exposição serão exibidas gravuras, desenhos e litografias de artistas viajantes, como os alemães Johann Moritz Rugendas e Carl Friedrich von Martius e o inglês Charles Landseer, entre outros que passaram pelo Brasil. “Empenhados em registrar tudo o que viam, esses artistas deixaram um grande legado em papel: esboços naturalistas, estudos preparatórios, aquarelas e gravuras, que, reproduzidas em larga escala, ilustravam álbuns de suvenir e livros de viagem”, explica Carlos Martins.

Panorama da cidade de São Paulo. Ruas Maria Antonia e Major Sertório, com av. Higienópolis, c. 1911. Guilherme Gaensly/ Acervo instituto Moreira Salles

Os visitantes poderão ver obras de renomados fotógrafos estabelecidos no Brasil como Augusto Stahl, Victor Frond, Militão Augusto Azevedo, Georges Leuzinger, Marc Ferrez, entre outros. “Esses fotógrafos se especializaram no registro da paisagem urbana e natural e deixaram um legado primordial para a história e memória do país”, acrescenta Sergio Burgi. As imagens apresentadas nesta exposição retratam o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, e antigas regiões coloniais e cafeeiras do século XIX, como São Paulo, Salvador, Recife, Olinda, Santos, Mariana e Ouro Preto. Também compõem a mostra panoramas com registros da vegetação, de rochas, rios e cadeias de montanhas, temas apreciados por viajantes e naturalistas, além de registros fotográficos produzidos, por exemplo, por Marc Ferrez para a Comissão Geológica e Geográfica do Império e por Georges Leuzinger para o naturalista Louis Agassiz.

São Paulo a partir da estrada para o Rio, c. 1825-1826 William John Burchell/ Acervo Instituto Moreira Salles

A mostra conta com espaços  e estruturas que proporcionarão uma verdade viagem para o século passado. Uma reconstituição cenográfica de uma rotunda (edifícios de forma cilíndrica construídos especialmente para abrigar grandes panorama) com uma imagem de 11 metros de perímetro. Também será montada uma sala equipada com cinco projetores e uma tela de 3 metros de altura por 20 metros de comprimento, em formato semicircular, com projeções sequenciais de panoramas de cidades brasileiras entre fotografias e gravuras. Haverá ainda na mostra uma sala voltada para a história dos ofícios relacionados à captação e reprodutibilidade da imagem, na qual serão exibidos e descritos os materiais e técnicas utilizados no registro iconográfico e fotográfico do século XIX: pedras litográficas, câmaras escuras (réplicas de princípio de equipamentos dos séculos XVI e XVII que instrumentalizaram os artistas no período anterior à invenção da fotografia), máquinas fotográficas, lentes e equipamentos que pertenceram ao fotógrafo Marc Ferrez, entre outros itens. As técnicas de impressão, conjuntamente com a fotografia, propiciariam o desenvolvimento dos processos de reprodução da imagem por meios fotomecânicos, que facilitaria ainda mais a multiplicação da imagem. Aliado a esta expansão da comunicação por meio da circulação de imagens em múltiplos suportes, o formato panorâmico se estabeleceu ao longo do século XIX como uma das principais formas de representação iconográfica.

Rua do Ouvidor e ladeira do Meio, em direção ao vale do Anhangabaú (descida do Cubatão), São Paulo, c. 1862 Militão Augusto Azevedo/ Acervo Instituto Moreira Salles

A Coleção Martha e Érico Stickel de iconografia, incorporadas recentemente ao acervo do IMS, enriqueceu ainda mais o conteúdo da exposição. Essa contribuição ao acervo é significativa, uma vez que somada à coleção de fotografia oitocentista existente no Instituto, onde se destaca a Coleção Gilberto Ferrez, propicia, nessa mostra, indicar muitos dos procedimentos e atitudes que moldaram a representação da paisagem brasileira, contribuindo para a formação da imagem do país no decorrer do século XIX e sua subsequente divulgação no exterior.

Momentos e Movimentos

Em paralelo a exposição o público pode conferir também a mostra “Momentos e Movimentos”, que reúne cerca de 170 imagens que integram a coleção de fotografias do acervo da FAAP. Em cartaz até 29 de abril, a mostra percorre o mundo da fotografia moderna e contemporânea, por meio de imagens captadas pelas lentes de 34 fotógrafos, entre brasileiros e estrangeiros. A exposição está dividida em cinco espaços: Moda, Comportamento e Estilo; O Corpo e suas Formas; O Retrato: atitudes e atuações diante do aparelho; Experimentações e Sonhos; e Fotomontagem.

Ambas as exposições podem ser visitadas de terça a sexta-feira, das 10h00 às 20h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h00 às 17h00, com entrada gratuita.

:: Serviço :: 

Panoramas: a paisagem brasileira no acervo do Instituto Moreira Salles

Período:       De 1º de abril a 17 de junho de 2012

Horário:        De terça a sexta, das 10h às 20h.

Sábado, domingo e feriados, das 13h às 17h.

Fechado às segundas-feiras, inclusive quando feriado

Local:          Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP)

Endereço:   Rua Alagoas, 903 – Higienópolis

Telefone:      (11) 3662-7198

Entrada Gratuita