História real de navio sequestrado é repleta de suspense, emoção e o modo como a sensibilidade e a coragem fazem a diferença numa situação extrema

Dever de CapitãoQuando o capitão Richard Phillips embarcou no cargueiro Maersk Alabama para uma viagem de rotina, ele não imaginava que passaria por uma jornada emocional que o levaria ao limite do que um homem pode aceitar e viver emocionalmente.

Em Dever de Capitão (tradução de Cláudio Figueiredo e Lourdes Sette; Editora Intrínseca, 264 páginas, R$ 19,90), Richard conta as experiências, medo, tensão e toda a história envolvendo o sequestro e os piratas somalis.

A história começa em 30 de março de 2009, quando Phillips, um experiente oficial da marinha mercante dos Estados Unidos, assume o comando do navio cargueiro Maersk Alabama com a missão de transportar toneladas de alimentos desde Omã, na península Arábica, até o Quênia. Uma viagem relativamente rápida e tranquila – mas havia uma ameaça no horizonte.

O navio precisaria atravessar uma das regiões mais perigosas do mundo: o golfo de Áden, ao norte da costa da Somália, cujas águas são dominadas por piratas. Ciente do perigo, Richard manteve o navio longe da costa e ficou de olho no radar em busca de qualquer sinal de problemas. Até que apareceu na tela um ponto não identificado, uma lancha, que se aproximava em alta velocidade do cargueiro. Os homens a bordo, vistos pelo binóculo, pareciam armados.

Para Phillips, as circunstâncias eram bem claras: eles estavam sob ataque.

No livro, o capitão conta a sua terrível experiência como refém durante quase uma semana dos piratas somalis nos mares do leste da África. Durante o tempo em que ficou preso, Richard precisou combinar treinamento e instinto para sobreviver e, principalmente, tentar proteger sua tripulação.

Quando foi liberto, Phillips chamou a atenção da imprensa internacional para o perigo da pirataria em pleno século XXI, revelando a realidade da vida no mar e inspirando as pessoas com uma história repleta de coragem, difíceis decisões e uma maneira espetacular com que o homem lida diante de uma situação extrema e traumática.

Com uma linguagem que consegue controlar bem as emoções e tenta criar uma narrativa que não deixe os piratas apenas como vilões – mas sim como pessoas que fazem o que fazem por um motivo (a miséria na Somália e a perspectiva de dinheiro para a compra de alimentos) -, Dever de Capitão é inspirador e cativante pelo modo como Richard controlou suas emoções e soube lidar com essa situação com calma e sabedoria.

#Livros