A terapia morfoanalítica e o resgate do controle emocional

Por Denise Ferreira de Menezes

Manifestações corporais mostram evidências para investigação de conflitos psíquicos se traduzindo em sintomas, sinais, gestos, postura, doenças. Podendo inferir que nos momentos em que o psiquismo falha, o organismo começa a pensar (corpo) – Ferenzi 1932:49 ed.francesa.

A história do indivíduo fica no corpo como  memória de acontecimentos, um suporte carnal de lembranças, sensações desagradáveis vibrando em alguma parte dele.

Pensamentos tumultuados, ruídos mental, tensões prolongadas, crenças negativas, experiências  traumáticas que todos temos levam a intensos reflexos no corpo físico falando de uma importante passagem psicológica; originando crises não no cérebro  mas na profundidade do psiquismo, embora seja refletida pelo cérebro.

As perturbações da memória são sentidas no corpo que passa pelo coração, onde encontra espaço para memória despertada como sensação corporal que vai além do domínio lingüístico, reconhecendo zonas de intolerância que parte de nós sente em carne viva,  feridas nunca cicatrizadas  reabertas a menor  provocação.

O resultado final é uma desordem no sistema nervoso central e autônomo, levando a uma alteração do funcionamento corporal. Este desequilíbrio começa quando se perde a referência interior que o coração simboliza (sentimentos e emoções).

Para que se possa ter acesso aos registros obscuros do corpo chegando à experiência sensorial se faz necessário mobilizar a memória corporal pelo próprio corpo.

O terapeuta morfoanalítico oferece a possibilidade de reintegrar o paciente em sua história com um domínio psíquico através do corpo, buscando governa-se a si mesmo.

As mudanças ocorridas através da mobilização corporal como trabalho postural, respiratório, alongamentos e tantos outros com abordagem analítica traduz  mudança no estado psíquico alterando a neuroquímica e neurofisiologia cerebral.

Quando se pode recuperar a intimidade com o corpo aumenta a ressonância da imagem do corpo com o corpo real, capaz de desenvolver um sentido mais seguro da existência e identidade.