Nenhum brasileiro se considera latino, não é verdade? Quando um americano, dos Estados Unidos da América do Norte, nos inclui neste grupo, não gostamos.
– Somos brasileiros!! Não falamos espanhol, nossa cultura é diferente.
Saímos em defesa própria, querendo explicar nossa origem desde a chegada de Cabral, a vinda da família real etc. Só que esta nossa opinião é nossa. Essa classificação separatista da cultura da América Latina, sorry, só nós fazemos.

Exemplo maior é o que acontece todos os meses de Maio e Novembro em Nova York, na Sotheby’s e Christie’s, com os já tradicionais leilões de arte latino-americana. Estão lá nossos Di Cavalcantis, Portinaris, Vik Muniz, Beatriz Milhazes e Varejão, entre Boteros, Wilfredo Lams e Diego Riveras. Tudo bem, estamos muito bem acompanhados, no problem. Bom sinal, a arte brasileira está sendo adquirida por colecionadores internacionais e sendo valorizada.

Há uns 4 anos, participei de um destes leilões e vi o comprador de um nosso Arcangelo Ianelli (Geométrico Bege e Marrom – óleo e lápis sobre tela, 100 x 80 cm, 1980 – imagem acima). Era um chino-americano, comprando o “Rothko” brasileiro. Gostei! O nosso saiu por 30 mil dólares, enquanto um Mark Rothko vale mais de 20 milhões… Não levem a sério a comparação, é só brincadeirinha. O que vale é que estamos no mercado de arte, com boa presença e crescendo muito. Já que o Brasil é o país da vez, economicamente falando, nossa arte vai de vento em popa.

No leilão da Christie’s do último dia 11 de novembro, de arte do pós guerra e contemporânea, em que só recentemente pouquíssimos artistas brasileiros foram incluídos nesta classificação, nossa estrela principal, Beatriz Milhazes, com sua Rosa Noturna (acrílico sobre tela, 70x100cm, de 2006/7 – imagem acima) atingiu 338.500 dólares.

Enquanto escrevo este Bom Dia com Arte, está acontecendo a 1ª parte do leilão de Arte Latino-Americana na Sotheby’s. Comentarei na próxima semana.

Não posso deixar ainda de falar que este ano, de 11 a 14 de novembro, em NY, aconteceu a 4ª edição da PINTA, feira de arte latino-americana que precede a semana dos leilões. O Brasil foi representado por nove galerias de São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Feiras como estas já aconteciam em Miami, onde há uma população latina expressiva, mas não em NY. Estive na 1ª edição da Pinta e sei que de lá para cá muita coisa mudou para melhor.

Arte é cultura, faz bem para a alma, para os olhos e também para o bolso.
Novembro é o mês da arte “latina-brasileira” em Nova York. Enjoy!!