São Paulo atraiu, neste começo de ano, muito boa arte contemporânea internacional. A começar pelo Centro Cultural Banco do Brasil, lá no centro velho da cidade, que está apresentando a mostra Visões da Coleção Ludwig, com 78 obras desta que é uma das mais importantes coleções particulares de arte do século 20, sobretudo da pop art em diante. A coleção está espalhada por doze endereços pelo mundo. Estas obras chegam do Museu Ludwig de São Petersburgo. Entre as preciosidades, que ocupam os quatro andares do museu, estão várias obras de Picasso, Andy Warhol, Jean Michel Basquiat, Roy Lichtenstein, Jasper Johns, Jeff Koons e Anselm Kiefer entre muitos outros. A galeria Fortes Vilaça, na Vila Madalena, abre hoje uma mostra da alemã Janaina Tschäpe, residente em Nova York e ex mulher do brasileiro Vik Muniz. The Gost in Between é o nome de seu mais recente filme, produzido na Amazônia. Apresentado em dupla projeção, ele pretende ter o mesmo enfoque romântico das expedições científicas desbravadoras dos séculos 18 e 19. O título faz alusão ao costume dos povos da floresta de procurarem fantasmas em fotografias e filmes. Na galeria Luciana Brito, na Vila Olímpia, o destaque é para a arte do britânico Anthony McCall, também radicado em Nova York. O artista, que já expos na galeria há 3 anos, traz desta vez uma instalação alusiva ao cinema, que além da imagem projetada é multiplicada por espelhos. Em outra sala, dois trabalhos dos anos 70 baseados em projeção de luz, como esculturas luminosas. E mais 24 desenhos da série Traveler projetam a performance Eclipse. A partir de sábado. A filial paulista da galeria londrina White Cube, instalada na região do Ibirapuera, abre dia 15 mostra do artista americano Larry Bell. Ele traz obras dos anos 80, suas Mirage Paintings, e colagens e esculturas recentes, reunidas sob o título The Carnival Series. Finalmente, a galeria Mendes Wood, nos Jardins, apresenta, também a partir do dia 15, trabalhos recentes do artista David Salle. Mais um americano veterano, que influenciou a geração dos anos 80. Ele traz colagens inéditas, em sua primeira mostra no Brasil. Esta profusão de arte internacional em nossas galerias, e a presença de uma galeria londrina na cidade, é prova consistente do interesse do mercado local em investir não só em arte brasileira.