A Orquestra Sinfônica de São Paulo recebe, esta semana,um maestro francês, Stéphane Denève, e uma pianista francesa, Hélène Grimaud, ambos ainda bastante jovens. Ela vem pela primeira vez ao Brasil, e é conhecida por suas interpretações emotivas e por suas campanhas em defesa dos animais. O programa, no entanto, tem pouco de francês. Grimaud e a Osesp vão apresentar o delicioso Concerto Nº 5 de Beethoven, o Concerto do Imperador, que ela considera um animal selvagem, que exige respeito e estudo para ser enfrentado. A orquestra mostra ainda três peças do contemporâneo escocês James MacMillan, que a Osesp homenageia esse ano com um ciclo de programas, e uma peça do francês Albert Roussel. De hoje a sábado na Sala São Paulo.
No teatro, destaque para duas montagens interessantes, uma baseada em Pirandello, outra em Nelson Rodrigues. Personagens em Busca de um Autor está em cartaz no Instituto Stanislavsky, em Higienópolis, aos sábados e domingos, só até o dia 19. Baseado no famoso texto do autor italiano, a adaptação fala sobre um grupo de personagens que invadem um ensaio, reclamando serem incompletos, e procuram um autor que lhes de vida. A direção é de Paulo Roffé. O Teatro Folha, também em Higienópolis, apresenta até o fim de junho As Noivas, de Nelson Rodrigues, baseado em contos do autor, da serie A Vida como Ela É. A montagem do diretor Marco Antonio Braz e da Cia Paulista de Artes vem de uma longa peregrinação pelo país e Portugal, pelo centenário do autor. E já carrega 60 prêmios. Após as apresentações, o elenco conversa com o público sobre o autor e sua obra.
Nas artes, destaque para a mostra sobre a obra do escultor Sergio Camargo, promovido pelo Instituto de Arte Contemporânea, atualmente abrigado na Escola de Belas Artes, na Vila Mariana.
O intuito do IAC, que preserva o acervo de Camargo, é o de aproximá-lo mais do público. A curadora é Piedade Grinberg, que trabalhou com ele nos seus últimos três anos. E que juntou na mostra, além de pequenas obras, cerca de 100 itens garimpados no arquivo do artista, entre fotos, desenhos, estudos e esquemas, que elucidam seu processo criativo. Até o fim de agosto. E a Pinacoteca está apresentando a mostra Seis Séculos de Pintura Chinesa, na coleção do Museu Cernuschi, de Paris. São 120 peças que percorrem a arte chinesa da Dinastia Ming à República. Há também obras de artistas chineses que nos anos 30 se refugiaram em Paris. E incluem obras de Zhang Dagian, considerado o Picasso chinês, que viveu em Mogi das Cruzes por 20 anos, antes de voltar a Taiwan.