A pedidos, hoje vamos falar de dança, já que outubro e novembro, normalmente, trazem uma programação alentada no setor. De hoje ao fim do mês, o teatro Sérgio Cardoso apresenta a mostra Mais Sentidos, uma série de espetáculos realizados por artistas com e sem deficiência. São 10 grupos e solistas do Brasil, Portugal e Escócia. E a grande maioria dos espetáculos é de dança, com audiodescrição, legendas e acessibilidade total. Destaque para a coreografia no singular, da Quasar Cia de Dança, que tem a participação do público, e para os espetáculos Dez mil seres, da companhia portuguesa dançando com a diferença, e se estes espasmos pudessem falar, do escocês Robert Softley.
No Teatro Alfa, no domingo, reúnem-se várias estrelas da dança no espetáculo de gala Stars of Today Meet Stars of Tomorrow. Como o título indica, nomes como Marcelo Gomes, primeiro bailarino do American Ballet Theatre, Aurora Dickie, primeira bailarina do Washington Ballet, mais Ana Botafogo e Carlinhos de Jesus, num total de 30, dançarão com novos talentos surgidos no Young America Grand Prix, um concurso internacional que tem representação no Brasil.
O Sesc Vila Mariana apresenta, nas duas últimas semanas de outubro Logos-Dioálogos. O violoncelista Dimos Goudaroulis toca as 6 suites de Bach para violoncelo solo, enquanto o público vê coreografias criadas e dançadas por Jorge Garcia, Luiz Arrieta, Henrique Rodovalho, Tíndaro Silvano, Ismael Ivo e Deborah Colker, alguns em solo outros acompanhados de seus bailarinos.
No Sesc Santo Amaro, nos dias 29 a 31 de outubro, acontece o projeto de dança Modos de Existir Módulo III, com obras super contemporâneas, apresentando o balé discrepante, com o grupo da coreógrafa francesa Olivia Grandville; Colonia Penal, da Cia Borelli; feche os olhos para olhar da Descompanhia, do Paraná; Piquenique, do Ateliê de Coreografia, do Rio.
Na temporada de dança do Teatro Alfa, a próxima atração internacional é a Companhia Eastman, do marroquino Sidi Larbi Cherkaoui, radicado na Bélgica, conhecido no mundo todo, e autor da coreografia do filme Anna Karenina. Ele não virá. Seus 11 bailarinos dançam ao som do grupo a Filetta, da Córsega, e da voz da libanesa Fadia El Hage. Do dia 25 ao 27 de outubro.
Depois disso, o Alfa apresenta o mais recente trabalho de Bruno Beltrão, e seu grupo de rua, nos dias 9 e 10 de novembro. E fecha o ano com a chegada do grupo corpo, com a nova coreografia Triz, de Rodrigo Pederneiras, de 20 a 29 de novembro. O corpo sempre abre a temporada do Alfa, em agosto, e faz sua estreia nacional em São Paulo. Este ano fez ao contrário, estreou em BH, foi ao Rio e termina aqui.
Para terminar, uma correção: na semana passada, por um lapso, eu chamei o ícone da arquitetura carioca, Afonso Reidy, de Adolfo. A família reclamou, com razão. Minhas desculpas.