O Consorzio Langa In visita São Paulo pela 2ª vez esse em 2012

Visão aérea dos vinhedos de Nebbiolo de Domenico Clerico em Barolo

Visão aérea dos vinhedos de Nebbiolo de Domenico Clerico em Barolo

Cerca de 3 meses atrás o Consorzio Langa In visitou São Paulo, durante a Expovinis. Tivemos um encontro interessante, porem um pouco desestruturado. Agora em agosto, surpreendentemente, o mesmo time do Consorzio repete a dose. Mas, dessa vez em grandíssimo estilo. O time dos proprietários e representantes do time Langa In fizeram um evento de primeiríssima qualidade no Hotel Unique em São Paulo. Tivemos além de uma pequena feira com os 13 produtores, um Master Class onde jornalistas e opinion makers provaram 13 vinhos, um de cada produtor presente. A feira em si foi ótima e muito bem organizada, contudo o Master Class foi realmente sensacional.

Foram apresentados 2 brancos doces, da uva Moscato, um Dolcetto di Dogliani e 10 Nebbiolo in purezza, sendo um Roero, dois Barbaresco e 7 Barolo.

Os dois Moscato estavam acima da media, mas o mais destacado foi o Piemonte Moscato 2011 da Casa Gatti. Fresco e muito provocante. O La Caudrina Moscato D’Asti também 2011, estava apetitoso, mas faltou-lhe um pouco mais de graça, mas estava também muito bom. Esses dois brancos foram apresentados ao final da degustação dos tintos.

Luiz Gastão e Silvia Franco com a artilharia de grandes vinhos do Piemonte

Luiz Gastão e Silvia Franco com a artilharia de grandes vinhos do Piemonte

A degustação iniciou com o Dolcetto di Dogliani San Luigi 2010 produzido pela casa Chionetti. Esse tinto apresentou tudo o que um bom tinto a base da casta Dolcetto tem que ter. Muito típico, frutado e rico nos aromas. A expressão máxima da fruta. Em boca, delicioso e cheio de vida.

Logo em seguida começávamos com a artilharia de grandes tintos elaborados À base da nobre casta Nebbiolo. Começamos com o Roero Riserva Trinitá 2007 da Azeinda Agricola Malvirá. Roero é uma DOCG (Dominazione di Origine Controllata e Garantita) localizada ao sudoeste de Alba, que brilha com seus brancos Roero Arneis, mas também com seus tintos. O Trinitá 2007 estava muito bom, um pouco mais rustico e mais clássico que muitos dos Nebbiolo degustados. Um especial tinto para quem quer conhecer ainda mais sobre a casta Nebbiolo. Vale mesmo a pena provar um bom Roero tinto para compreender as diferenças entre vários tipos de Nebbiolo. A Casa Malvirá é uma das mais destacadas de toda essa DOCG.

Os dois próximos vinhos foram Barbaresco. O 1º o Vanotu 2008 da Pelissero Azienda Agricola Vitivinicola e o 2º o Vigne Erte 2008 da Azienda Agricola Fratelli Cigliuti. Ambos mostraram a força da excelente safra 2008 na região. O Vanotu estava mais vivo e mais alegre se comparado com o Vigne Erte. Ambos com estrutura para evoluir por muitos anos em garrafa. Grandes tintos da excelente safra 2008 do Piemonte.

Os sete Barolo lado a lado

Os sete Barolo lado a lado

A artilharia de Barolo foi mesmo impressionante. Os produtores escolheram o que podiam por de melhor à mesa. Seu colunista sentiu falta de um vinho. O Barolo Percristina de Domenico Clerico. Luciano Racca, representante de Domenico Clerico, escolheu ser representado por outro grandíssimo vinho de sua propriedade, o Barolo Ciabot Mentin Ginestra, que comento logo a seguir.

Rótulo do sensacional Barolo Domenico Clerico Ciabot Mentin Ginestra 2007

Rótulo do sensacional Barolo Domenico Clerico Ciabot Mentin Ginestra 2007

A ordem da degustação de Barolo foi a seguinte:

Barolo Cannubi Chiara Boschis 2007 – Azienda Agricola E. Pira e Figli

Barolo Margheria 2008 – Azienda Agricola Azelia di Luigi Scavino

Barolo 2007 – Azienda Agricola Eraldo Viberti

Barolo Bric del Fiasc 2007 – Azienda Vitivinicola Paolo Scavino

Barolo Vigna del Gris 2007 – Azienda Agricola Conterno Fantino

Barolo Mariondino 2007 – Parusso Armando di Parusso F.lli Soc. Agricola

Barolo Ciabot Mentin Ginestra 2007 – Domenico Clerico Azienda Agricola

O chamativo rótulo do moderno Barolo Mariondino 2007 de Armando Parusso

O chamativo rótulo do moderno Barolo Mariondino 2007 de Armando Parusso

O padrão desse painel de Barolo foi mesmo altíssimo, com vinhos (todos) acima dos 90 pontos. Somente um Barolo da grande safra 2008 e seis da especialíssima safra 2007. Tecnicamente essas dua safras foram semelhantes em termos de qualidade, contudo diferentes. Em 2007 tivemos um inverno seco, uma primavera quente, com o mês de julho extremamente quente, contudo com noites frias, que beneficiaram o desenvolvimento da vinha. A colheita foi “temprana”. Já em 2008, também tivemos altas temperaturas, com uma safra também quente, contudo a colheita foi bem mais tardia se comparada com 2007.

O representante da safra 2008 à mesa foi o Azelia Margheria. Estava excelente. Uma impressionante  pimenta do reino nos aromas marcou ao lado de uma bela carga de fruta. Ainda bem duro, em plena juventude. Longo retrogosto. Se for à mesa hoje, precisa de um prato marcante para amansar seus taninos ainda muito jovens.

Detalhe do rótulo do fabuloso Barolo Bric del Fiasc de Paulo Scavino

Detalhe do rótulo do fabuloso Barolo Bric del Fiasc de Paulo Scavino

A batalha especifica dos Barolo 2007 foi de tirar o fôlego. O Barolo Cannubi Chiara Boschis E. Pira, o primeiro Barolo pela ordem, estava muito fino e sutil, esbanjando elegância. Conjunto muito clássico. Precisa de garrafa. O Barolo Viberti estava foi um dos mais típico Nebbiolo. Mais maduro com fruta exuberante. De estilo mais moderno. O próximo foi o Bric del Fiasc de Paolo Scavino. Uma aula de Barolo. Também de estilo mais moderno estava fabuloso nos aromas. Boca deliciosa, com um retrogosto quase infinito. Um primor de Nebbiolo que já propicia prazer, mas estará evoluindo em garrafa pro mais 20/30 anos. Grandíssimo.

A sequencia final começou com o Barolo Vigna del Gris de Conterno Fantino. Muito bom tanto aromaticamente quanto gustativamente. Muito elegante e repleto de charme. O próximo Barolo foi o mais diferente e moderno de todos. Estamos falando do exuberante Barolo Mariondino de Armando Parusso. Já tive a honra de provar vários vinhos de safras recentes desse produtor. São sempre uma surpresa. Muito ricos, saborosos e cheios de vida. Sem duvida o que apresenta a maior “percepção” de docura, sendo de “longe” o Barolo mais moderno desse impressionante painel.  The last but not least, foi o Domenico Clerico Ciabot Mentin Ginestra. Essa “brincadeira” parece pura armação, pois esse último vinho era mesmo um canhão. Imensamente estruturado nos aromas e com uma boca arrasadora. Tive o privilegio de provar duas garrafas, pois não me conformei com a primeira, que não estava boa. A segunda em compensação impressionante.

Luiz Gastão e Luciano Racca da casa Domenico Clerico

Luiz Gastão e Luciano Racca da casa Domenico Clerico

Esse painel de 7 Barolo me lembrou, como um amante de esportes, a final dos 50 metros livres de natação na recente olimpíada de Londres. A diferença do 1º para o ultimo foi muito pequena, mas tenho que publicar o resultado final dessa grande final de Barolo.

Medalha de Ouro: Barolo Bric del Fiasc 2007 – Azienda  Vitivinicola Paolo Scavino

Medalha de Prata: Barolo Ciabot Mentin Ginestra 2007 – Domenico Clerico Azienda Agricola

Medalha de Bronze: Barolo Mariondino 2007 – Parusso Armando di Parusso F.lli Soc. Agricola

Importante: Se tivéssemos tido a oportunidade de provar o Percristina de Domenico Clerico 2007, talvez a historia pudesse ter sido diferente. Talvez.