Cavaleiro conta ao PPOW um pouco da sua história no esporte

Rogério montando o garanhão Sargento do Top (Divulgação)

O cavaleiro internacional Rogério da Silva Clementino, depois de montar touros em rodeios e ser tratador de cavalos, passou a montar na Equitação de Trabalho, onde alcançou o status multicampeão brasileiro. Há sete anos pratica Adestramento Clássico, modalidade na qual se tornou uma referência nacional, vencendo os mais disputados concursos e representando as cores do Brasil em competições de grande destaque.

Uma das conquistas de destaque da carreira do atleta foi a medalha de bronze no Pan do Rio de Janeiro, em 2007. Desde 2010, o atleta vem participando e vencendo seletivas para conquistar uma vaga nos Jogos Pan-Americanos deste ano, que serão realizados em Guadalajara, no México.

Natural de Ivinhema (MS), o atleta treina nove horas por dia, com uma média de oito cavalos, e ao lado do garanhão Sargento do Top, Rogério vem mantendo uma alta média de aproveitamento nas competições.

Conheça um pouco mais de Rogério Clementino e sua carreira:

PPOW: Como começou essa sua história de montador de touro de rodeios até chegar ao Adestramento Clássico?

Rogério Clementino: Acredito que Deus me colocou no lugar certo na hora certa. Fui da montaria em touros para tratar de cavalos e recebi como presente a oportunidade de fazer uma doma, pois ficava observando os profissionais todos os dias. Daí para o Adestramento Clássico foi um pulo. Acho que sempre dei o meu melhor, não importa em qual atividade profissional eu estava.

PPOW: O que é mais difícil, montar em um touro de rodeio ou praticar o hipismo?

RC: Eu amo as duas atividades, cada uma tem a sua dificuldade específica…

O touro é difícil. Adrenalina a mil.

O cavalo é uma terapia para mim. Sou muito competitivo, nunca quero perder. O adestramento exige detalhes, precisa ter calma e equilíbrio.

Rogério montando o garanhão Sargento do Top (Divulgação)

PPOW: É preciso ter um ótimo preparo físico para praticar o hipismo?

RC: Sem dúvida, tem que cuidar da alimentação e praticar atividades físicas. Estou sempre me cuidando, para estar em forma.

PPOW: Quais os acessórios de segurança para a prática do esporte?

RC: Para as categorias iniciais é necessário o uso de capacete. Também deve ser utilizado por adultos que fazem doma. Mas nos campeonatos o equipamento não é obrigatório.

PPOW: De todas as competições que você disputou, qual você tem uma carinho especial, seja por um título, ou um acontecimento marcante?

RC: O Pan 2007 foi uma competição que jamais saiu da minha mente. O reconhecimento do público foi marcante. A participação da minha equipe e o apoio do Victor Oliva foram peças fundamentais para o meu sucesso.

PPOW: Qual a melhor raça de cavalo?

RC: Os Lusitanos são os que tenho um carinho especial, são cavalos que estão à frente no adestramento. Dóceis e amigáveis, mesmo não tendo a tradição no esporte, estão superando as expectativas. Acredito que o Brasil estará bem representado nos Jogos Pan-Americanos pelos cavalos desta raça.

PPOW: Existe um ritual de alongamento antes e depois das provas?

RC: Existe um trabalho de base para atletas e animais antes de cada prova. Este acontece quando o cavaleiro já está montado.

PPOW: Como funciona a concentração para as competições?

RC: Em competições de alto nível, eu gosto de ficar mais perto do cavalo, acompanho a alimentação dele. Se o cavalo estiver bem, terei um rendimento melhor. Quando o animal está bem treinado, bem alimentado, tudo está correto.

A preparação psicológica para o atleta também é importante. Mas cada um tem a sua maneira de concentração.

PPOW: Como funcionam as premiações e quais são os principais campeonatos do Brasil?

RC: No Brasil há muitos CDI3* (Concurso de Adestramento Internacional – nível três estrelas), com a chancela da Federação Equestre Internacional (FEI), mas ainda não havia nada muito significativo em termos de premiação, até a inserção da modalidade no Oi Athina Onassis Horse Show, neste ano. Será o primeiro que terá excelente premiação, dando incentivo aos atletas. O esporte precisa disso para atrair mais competidores.

PPOW: Em média, quanto custa um bom cavalo para competições e a sua manutenção?

RC: Cavalo não tem preço específico, varia de acordo com o criador, a qualidade e o nível de treinamento. A manutenção de tratamento custa uma média de R$ 5 mil/ano. Fora valores de competição como transporte e taxa de inscrição.

PPOW: Para quem quer começar a praticar o hipismo, quais são os passos iniciais e onde podem aprimorar a esporte?

RC: A Coudelaria Ilha Verde, onde trabalho, é um excelente centro de treinamento para iniciantes no Estado de São Paulo.

Para praticar o hipismo tem que gostar, tem que se dedicar. Um passeio à cavalo é emocionante, muda a opinião de quem tem dúvidas sobre o esporte.

PPOW: Quem é o seu maior ídolo no esporte?

RC: No hipismo, eu admiro o Leandro Aparecido. Foi ele quem me deu a oportunidade inicial de montaria. Aprendi que sempre temos que ajudar ao próximo, dar uma chance, passar adiante.

PPOW: Quando você não está montando qual o seu hobby favorito?

RC: Gosto muito de futebol e de jogar playstation. E vou sempre à igreja, para me fortalecer.

PPOW: Se tivesse super poderes o que você transformaria no mundo?

RC: Acho que no país e no mundo temos três grandes problemas: saúde pública, segurança e educação. Eu mudaria isso com certeza.

O PPOW tem 4 canais principais: Brilhe, Explore, Inove e Prove. Indique para cada um deles uma palavra que tenha ligação com seu estilo de vida.

Rogério Clementino:

Brilhe – competição
Inove – aprendizado
Explore – dedicação, conhecimento e estudo
Prove – hipismo, meu esporte