Ensinamentos de um dos deuses mais cultuados da Índia 

Ao nos referirmos ao deus Krishna, estamos falando das muitas encarnações divinas presentes na história da cultura indiana. Muitos são os diferentes nomes atribuídos aos avatares que reencarnaram representando Deus. Krishna é a encarnação do deus Vishnu, o preservador do Universo, um mensageiro, um ser Supremo.

Divindade que mais possui templos e devotos por toda a Índia, Krishna aparece no épico Mahabarata como o sábio que dá ensinamentos a Arjuna (um dos heróis guerreiros) no campo de batalha. Comumente representado tocando uma flauta ou quando ainda criança, é conhecido também pelos nomes de Govinda e Gopala, o protetor das vacas.
 
O que disse Sri Krishna 
“Está enganado aquele que vê a alma como capaz de morrer ou matar. O espírito não mata nem morre.
Não nasce nem morre, nem tampouco tendo existido no passado pode deixar de existir. Inato, imortal, sem princípio nem fim, não perece quando morre o corpo.”
 
“Dedica-te à obra exclusivamente, jamais a seus frutos. Tuas ações não devem ser motivadas pelo proveito que te possam trazer, não deves tampouco abandonares à inação.”

“O que é noite para todos os seres é dia para o homem que consegue vencer a si mesmo; e o que é dia para os demais seres vem a tornar-se noite para o sábio vidente.”
 
“Consegue a paz aquele cujo coração os desejos se extinguem, como os rios se perdem no mar, que jamais transborda; mas está muito distante da paz aquele que acaricia desejos.”

“Mas o homem que fundamenta todas as suas delícias no seu Eu interno e só em seu Eu interno encontra satisfação e contentamento, nada tem a fazer.”
 
“Todas as ações são efetuadas pelas qualidades da natureza, no entanto aquele cujo entendimento se encontra ofuscado pelo egoísmo, ao executar uma ação, pensa: ‘Eu sou o autor’.”
 
“Entregando-se a todas as tuas obras, com o pensamento fixo no espírito supremo, lança-te à batalha sem que em teu coração se aninhem o egoísmo, a esperança e a inquietação.”
 
“O homem que não tem apego ao fruto da ação e vive sempre satisfeito e independente não age em absoluto, apesar de se engajar na ação.”
 
“Eu nada faço deve pensar o devoto instruído na verdade quando vê, ouve, toca, come, anda, dorme, respira, fala, segura ou solta alguma coisa, abre e fecha os olhos, considerando que são os sentidos que se relacionam com os objetos sensíveis.”
 
“Procure o homem elevar o seu ego através do Eu, não permitindo que este afunde. Porque na verdade o Eu é amigo do ego, que mesmo assim é seu inimigo.”
 
“Superior é aquele que mantém a igualdade de sua alma diante de amigos e inimigos, indiferentes e neutros, estranhos e parentes, homens bons e maus.”
 
“Esta ruptura de toda relação com a dor é chamada YOGA. Esta Yoga deve ser praticada com ânimo constante e sem desalento.”


Fontes: Jnana Mandiram / Conferências de Swami Tilak /out83 / www.krishna.com
Imagens: Reprodução (obras do acervo do British Museum)