Jogador e seu pai falam sobre sua relação pessoal e profissional e como lidam com a indústria milionária do futebol

A relação do jogador Neymar com o seu pai é tema da reportagem de capa da edição de maio da revista ALFA. Assim como o atleta, na história do esporte, grandes nomes tiveram seus pais no comando das suas carreiras, a exemplo do também jogador de futebol Kaká e do tenista André Agassi. Por enquanto, a relação deles traz mais bônus que ônus. Neymar pai zela para que, num universo cheio de gênios que saem da miséria para a fortuna e se perdem no meio do caminho, a trajetória de seu filho seja sempre ascendente.

Neymar e seu pai (Foto: Domenico Pugliesi)

O salário do jogador, considerado um fenômeno, era em 2007, R$ 20 mil. Hoje, saltou para R$ 160 mil por mês, mais R$ 330 mil de publicidade. A reportagem revela ainda que, curiosamente, desse dinheiro o atleta recebe apenas uma mesada de R$ 10 mil de seu pai. “Ele é a nossa empresa. Eu sou presidente junto com minha esposa, e tem a minha filha que ajuda”, diz o pai do jogador.

Jogador brincando com seu pai (Foto: Domenico Pugliesi)

A matéria de capa traz também depoimentos da doutora Rachel Andrew, psicóloga especializada em relações familiares com foco em pai e filho, do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido. Ela afirma que relações assim podem ser frutíferas, se bem gerenciadas. Mas como equilibrar os lados pai e homem de negócios? Neymar pai responde: “É não desvincular uma coisa da outra. É aceitar e demonstrar que tenho meu filho, mas tenho também a minha empresa. O segredo é o carinho”, diz.

Ainda segundo o pai do atleta, essa separação entre filho e empresa não é uma tarefa fácil: “É difícil. Você fala: ‘Caramba, estou tratando meu filho como negócio’. Claro. O Neymar até certo ponto é meu filho. Mas a partir do momento em que ele sai de casa, é meu negócio. É nosso trabalho”, confessa. Neymar filho completa: “Somos colados um no outro. Eu sou um cara bem tranqüilo, bem centrado, acho que todos me vêem como ídolo, mas minha família me vê como o Júnior de casa”. Quando questionado sobre ser “filhinho de papai”, o jogador  afirma: “Não sou filhinho de papai porque fui criado na favela. Mas tenho uma relação muito próxima com o meu pai, porque é assim que tem que ser”. E conclui, “Quando você mais precisar, quem vai estar ao seu lado serão seu pai e sua mãe.”