Planejei visitar o Equador com o objetivo de conhecer a cultura golfista do país e me aproximar da federação Equatoriana, para uma possível parceria…

O que não esperava é que fosse me apaixonar pelo país!

Quito já encanta desde a chegada do avião ao aeroporto Mariscal Sucre. Meu voo da Avianca fazia conexão em Lima, uma cidade que de cima é cinza e plana. De repente quando o avião perdeu altitude e saímos das nuvens, pude ver um infinito mar verde e incrivelmente montanhoso. As qualidades da temperatura média anual de 13ºC e pluviosidade significativa de Quito fazem com que o país seja extremamente rico em sua fauna. A geografia é outro show a parte. Localizada no lado oriental dos Andes a 2880m, Quito está rodeada de vulcões como o Pichincha, Casitagua e Cotopaxi, na chamada “Avenida dos vulcões”. No total existem 64 vulcões no Equador, um dado bem curioso se pensarmos que o país possui uma área mais ou menos do tamanho do Rio Grande do Sul.

O Campo que visitei é o espetacular Arrayanes Country Club. Um clube privado com campo de 18 buracos par 71 e desenho do escritório de arquitetura Jaime Villegas. Já no buraco 1 é possível se apaixonar pela vista, com o impressionante vulcão Cotopaxi ao fundo coberto de neve eternamente. O campo possui fairways estreitos e greens medianos bem protegidos de bunkers e alguns lagos, principalmente na primeira volta.

Planejar uma viajem a Quito para jogar golfe e visitar o belíssimo entorno é relativamente fácil, pois o clima é uma primavera constante e, por isso as condições de jogo são estáveis e sumamente agradáveis o ano todo. Uma curiosidade quanto ao jogo em altitude, pela baixa resistência do ar a 2000 m a bola voa em média um taco a menos. Ou seja se o jogador bate 150 y com o ferro 8, em quito ele deve escolher um ferro 9 ou passará o green.

O clube Arrayanes possui um drive range para 30 jogadores e uma area de putting green e approach próximas ao buraco 1. Por ser um campo pouco acidentado é facilmente jogado a pé, mas é possível alugar carts por $35,00 18 buracos. O green Fee para visitantes varia de U$75 a U$85, dependendo do dia.

Um dos buracos mais belos do campo o 14 está às margens de um cânion e é preciso passar por cima deste para colocar a bola no fairway. No 16, se têm uma bela vista da cidade de Quito com o Pichincha ao fundo, onde se pode apreciar a altitude da bacia que se encontra a cidade. Contam os moradores que dois anos atrás uma época de seca provocou um incêndio natural nestas margens do cânion que rodeia a segunda volta e acabou com a flora de mais de 20 km2. O fogo durou 3 dias e 2 bombeiros perderam a vida tentando salvar o campo. Mas a natureza é tão privilegiada na região que em poucos meses tudo estava verde novamente.

 

O que fazer em Quito?

 

Quito possui uma arquitetura e história muito rica onde se misturam elementos coloniais e dos povos Andinos. Nos mercados indígenas é possível comprar echarpes e ponchos de Alpaca por U$8 e bugigangas de todos os tipos. Existem vários pela cidade e é sempre bom ir com dinheiro pois não aceitam cartões e com uma boa dose de paciência para pechinchar.

O centro de Quito possui uma das áreas mais bem preservadas e belas das Américas. Declarado Patrimônio da Unesco em 1978, Quito possui belas igrejas, ruas de paralelepípedos, prédios com varandas típicas e muitos mirantes ao redor da cidade.

Tive dois dias para conhecer o centro e foi pouco! No primeiro dia visitei a Basílica Del Voto Nacional, a maior Basílica Gótica do Continente. É possível visitar seu interior e subir até o interior do telhado onde dá acesso por uma escada à torre do Condor, onde se tem uma vista 360 graus da cidade. Aviso: só para os corajosos… a escadinha é muito estreita e íngreme.

Também no centro histórico, pode-se conhecer a Calle de las Siete Cruzes que é uma avenida com sete igrejas do período colonial super bem preservadas. Algumas como a Companhia de Jesus são banhadas a ouro no interior. A cidade possui vários mirantes onde se pode observar a cidade inteira e apreciar sua beleza. Fui no fim de tarde no mirante da Virgen del Panecillo, uma virgem alada feita de placas de alumínio e que possui uma altura superior ao Cristo Redentor. A vista no pôr do sol foi espetacular com uma visão panorâmica do vulcão Pichincha e do Cotopaxi coberto de neve e a cidade inteira iluminada. Deste ponto se podem ser nitidamente a avenida das igrejas e a Basílica.

Outro mirante imperdível é o topo do teleférico no Pichincha. Esta atração é nova na cidade e te leva a incríveis 4.053 m de altura. Muita gente sobe com bicicletas e com material de escalada pois existem várias trilhas que se podem fazer no topo do vulcão. É importante ir bem abrigado pois lá em cima é bem frio e a altitude provocam falta de ar e cansaço. Caminhar devagar e se hidratar bem nesta hora é imprescindível. O que eu mais gostei no topo do Teleférico é um balanço gigante instalado na beira do penhasco. A sensação de se balançar como uma criança nesta altura dá um frio na barriga inesquecível.

Finalizando, Quito foi uma experiência incrível! O engraçado é que a cidade não é um local turístico muito divulgado, mas para quem já percorreu quase toda a América Latina, posso afirmar que esta joia dos Andes está no Top 3 pra mim.

 

Onde ficar para jogar no Arrayanes:

Hosteria Rincon de Puembo (15 min do aeroporto).

www.rincondepuembo.com

 

Contato no clube:

sibilla.ponzoni@arrayanes.com

https://www.arrayanes.com