Novo filme da franquia ‘Rocky’ é um espetáculo inspirador repleto de homenagens e nostalgia

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Desde 1976, quando Rocky – Um Lutador chegou aos cinemas, muitas pessoas se inspiraram (e ainda se inspiram) com a história do garanhão italiano interpretado por Sylvester Stallone que conseguia se reerguer diante de um desafio contra o grande boxeador Apollo Creed (Carl Weathers). Era uma história onde a superação, esporte e o american dream eram capazes de mostrar que qualquer desafio é superável.

Quase 30 anos depois, e com cinco sequências lançadas em 1979, 1982, 1985, 1990 e 2006, quando parecia que ia aposentar de vez o personagem, Stallone volta aos cinemas como Rocky Balboa numa das melhores surpresas do ano passado: Creed: Nascido para Lutar (Creed, EUA, 2015), escrito e dirigido por Ryan Coogler (de Fruitvale Station: A Última Parada).

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O filme acompanha Adonis ‘Donnie’ Johnson (Michael B. Jordan, também de Fruitvale Station), o filho bastardo de Apollo. Com um temperamento explosivo, ele é adotado ainda criança por Mary Anne Creed (Phylicia Rashad), a viúva de Apollo, e se torna um executivo bem sucedida. Mas o grande sonho do rapaz é tornar a sua paixão e o que está no seu sangue em profissão: ele quer ser um boxeador profissional, mas só não iniciou uma carreira por achar que precisa se desvencilhar do sobrenome que pode torna-lo famoso – ou assombrá-lo para sempre.

Donnie resolve deixar sua vida em Los Angeles e vai até a Filadélfia ser treinado por Rocky Balboa (Stallone, que foi indicado ao Oscar© de melhor ator coadjuvante e é um dos favoritos na categoria). Meio a contragosto, Rocky começa a treinar o garoto ao perceber todo o potencial que ele tem dentro do ringue, bem como todos os dilemas e fantasmas que enfrenta.

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Numa trama similar ao primeiro filme, Donnie é convidado para lutar contra um grande pugilista. Orientado por Rocky, a sua história é redefinida no caminho do ringue e o filme se transforma num exercício de nostalgia, emoção e muita inspiração.

O roteiro de Coogler traz um fan service de primeira: ele homenageia o filme original através de várias cenas que são bem similares, além de trazer toda a força e lições presentes na primeira aparição de Rocky no cinema. Além disso, inverter algumas situações (como o protagonista negro ser mais bem sucedido do que muitos protagonistas brancos, e Bianca, interpretada por Tessa Thompson, ser mais do que um simples interesse amoroso do protagonista) torna o filme bem mais atual e mostra algumas mudanças sociais importantes que estão acontecendo.

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Em vários momentos são feitas piadinhas com a idade de Stallone e com o fato do personagem ter envelhecido, e esse choque de gerações é o que torna o filme tão bom: o elenco afiado consegue trazer uma sensibilidade extra na relação entre Donnie e Rocky. Jordan se revela um grande ator dessa nova geração, e Stallone, que tem muito carisma e força com o personagem que ele criou e se tornou um símbolo em Hollywood.

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Da música, passando pela ambientação e a fotografia, todos os elementos técnicos torna o filme focado e certeiro. Mas o grande ponto de Creed são as cenas de luta: com uma coreografia precisa e uma câmera nervosa e que está no lugar certo no momento certo, trazendo grande dinamismo para as melhores cenas de luta que Hollywood fez nos últimos anos.

Sem querer estragar as surpresas e o desenrolar da história, não se esqueça de levar um lenço quando for encarar a sessão: com uma história forte e poderosa, Creed: Nascido para Lutar é um filme sobre pais e filhos capaz de fazer muitos marmanjos chorarem (ainda mais quando uma certa música tema começa a tocar no filme) ao trabalhar a necessidade de colocar a força que existe em cada um de nós para fora e enfrentarmos as nossas limitações sempre.