Cinebiografia de Jay Moriarity não tem grandes pretensões dramáticas, mas é inspiradora e traz grandes cenas de surfe

“Nós todos viemos do mar, mas nem todos somos do mar. E todos que somos, nós, crianças das marés, devemos retornar a ela continuamente. Até o dia em que não voltamos mais, deixando para trás apenas aquilo que foi tocado ao longo do caminho”.

Nascido em 16 de junho de 1978, Jay Moriarity tinha tudo para ser uma pessoa com uma vida comum: abandonado pelo pai, vivia em uma situação bem simplória com a mãe e, desde cedo, trabalhou para ajudar no sustento de casa e também para conquistar a independência com algumas coisas.

Com 16 anos – já um surfista amador com muita habilidade -, a sua vida meio que virou de cabeça pra baixo. Era 1994, as drogas tomavam conta da Califórnia, e tudo o que Jay queria era sempre estar em contato com o mar. Como muitas pessoas da sua geração, o oceano trazia uma conexão difícil de explicar, e a frase que abre esse post, proferida por Frosty Hesson no final do filme Tudo Por um Sonho (Chasing Mavericks, EUA, 2012), é a melhor maneira de representar quem Jay era: uma criança das marés, uma força humana que vez ou outra aparece por aí.

Se você jogar o nome do surfista no Google vai entender a razão disso: Jay se tornou um dos melhores surfistas da sua geração, e também uma pessoa inspiradora por superar todo tipo de obstáculo com força de vontade e obstinação.

Quando conheceu Frosty, ele era uma criança; o relacionamento dos dois avançou a um ponto de pai e filho, e tudo o que ele queria era surfar as Mavericks, ondas que surgem na costa da Califórnia e que podem chegar a 21 metros de altura!

O filme dirigido por Curtis Hanson e Michael Apted a partir do roteiro de Kario Salem conta essa jornada de Jay (Jonny Weston) e Frosty (Gerard Butler), essa relação especial de amizade, ensino e paternalidade que existe entre eles e todo o treinamento para que Moriarity tivesse habilidade física e espiritual o suficiente para enfrentar esses monstros.

O drama esportivo não possui grandes pretensões cinematográficas, mas é um show à parte pela história e pelas cenas de surfe e as ondas colossais. Jay era uma pessoa bem diferente, só via o aspecto positivo das coisas e sempre tinha um sorriso no rosto.

Infelizmente, Jay teve um destino trágico: depois de alcançar o sucesso ainda jovem, casar com sua namorada de infância e propagar o seu estilo de vida e de pensamento, influenciando muitas pessoas pelo modo como conseguiu conquistar seus objetivos e força para lidar com essas situações, ele acabou morrendo afogado em 15 de junho de 2001 durante um mergulho livre nas ilhas Malvinas.

Tudo por um Sonho é um filme bem simples e sem grandes pretensões dramáticas; o time de atores é bem competente, e a trilha sonora – que mescla um instrumental mais discreto com músicas mais “esportivas” – foi muito bem escolhida. A direção da dupla Hanson e Apted as vezes falha, mas eles encontram bons momentos de câmera, principalmente nas cenas de surfe e em alto mar.

De resto, o relacionamento de Jay e Frosty é divertido e emocionante, e, sendo baseado em uma história real, a vida de Moriarity se torna fonte de inspiração para aqueles que têm sérios problemas em alcançar seus objetivos.

Se quiser conhecer mais um pouco da vida de Jay Moriarity, clique aqui.

Assista ao trailer oficial do filme: