‘Os Champagne Brut Non Vintage retratam o mais puro DNA da Casa produtora’

Rótulo do especial Ayala Brut Majeur

Champagne: Um grande Vinho

Não existe nada mais alegre e gratificante para um amante de vinhos do que procurar um significado para degustar um champagne. Champagne sempre é sinônimo de celebração. Isto vale para tudo e os esportes consagraram ainda mais esse maravilhoso vinho.

Talvez muitos não saibam, mas o Champagne é um vinho como outro qualquer. Que o digam o casal Don & Petie Kladstrup, autores de uma das mais prestigiadas edições relacionadas a vinho nos últimos tempos. O delicioso e intrigante “Vinho e Guerra”, que fez sucesso em vários países do mundo.

Pois esse casal de jornalistas americanos, consagrados em sua profissão, trocaram a América e hoje vivem na Normandia, mais especificamente em Livarot, pequeno povoado conhecido no mundo inteiro por levar o seu nome a um dos queijos mais deliciosos de toda a França. O Livarot é aquele queijo de leite de vaca com casca alaranjada e na sua circunferência é revestido de folha de junco. Um grande e especial queijo.

O excelente livro do Casal Kladstrup sobre a mais nobre bebida

Depois do sucesso de “Vinho e Guerra” o casal decidiu continuar suas pesquisas e se apaixonou  ainda mais pelo Champagne. No livro em questão denominado “Champagne”, o casal explora a região e nos mostra uma intima relação com as 1ª e 2ª Guerras Mundiais. Para Don com que tive o prazer de estar pessoalmente anos atrás, “Champagne is a serious wine”, e esconde atrás de taças finas e de lindas borbulhas, exemplos de coragem e auto-superação na luta contra pragas, catástrofes e principalmente guerras e invasões.

Na região de Champagne só temos três uvas permitidas para a produção do Champagne. Duas são uvas “tintas”, a Pinot Noir e a Pinot Meunier, e uma “branca” a Chardonnay. A grande maioria dos espumantes produzidos nessa região é elaborada com o blend dessas 3 uvas. O grande volume de produção dessa região é dos Champagnes denominados Brut, que são elaborados com essas 3 uvas ou uma combinação delas. Esses vinhos não têm safra definida, pois são elaborados por uma seleção de 3 ou mais safras normalmente.

Diferentemente dos outros vinhos, incluindo os Champagne safrados, onde o ano da colheita é um diferencial, no caso dos Champagne Brut o grande desafio é produzir um vinho que tenha a marca/estilo de um determinado produtor. Sempre os non vintage Brut são os carros chefes dos produtores e acabam por revelar seu DNA.

Nós de PPOW tivemos o prazer de degustar uma série de Champagne Brut disponíveis no mercado brasileiro. Foram muitas e abaixo comentamos os que mais se destacaram para ser uma bela companhia dia 31 de dezembro à meia noite, para entrarmos celebrando o novo ano com muita alegria.

Os Grandes Champagne Brut do Mercado

Um Trio de Grandes Champagne Brut

Em nossa degustação pudemos notar o estilo de cada casa. A tradicional yellow label da Veuve Clicquot Brut (para nós o rótulo laranja) estava excelente. Perlage fina e elegante, apresentou um elegante aroma de tostados leves, com a usual carga de maçãs e um final mineral. Esbanja classe e é consistentemente um excelente produto. Uma grande pedida para celebrar. Esse Champagne é do estilo versátil e vai bem tanto de aperitivo quanto acompanhando pratos de média intensidade. Com um estilo semelhante ao vinho da ‘Viúva’ tivemos o delicioso Taittinger Brut Reserve. É um grandíssimo Brut e sempre mostra um estilo elegante e fino, o propósito da casa. No final do mês de novembro último tivemos a ilustre visita do proprietário da casa, Pierre Emmanuel Taittinger, ao Brasil, que dentre outras coisas nos disse que o Champagne é a bebida que mais se adequa ao clima de nosso país.

O simpático Pierre Emmanuel Taittenger

O Mailly Grand Cru Brut Reserve que foi destaque em matéria recente dedicada a toda a gama dessa sensacional Casa, foi o Champagne Brut de mais corpo e presença dentre todos. Ideal mesmo para a Ceia de Reveillon. Irá acompanhar sobremaneira os pratos típicos dessas festividades. Excelente com um tender assado acompanhado de fios de ovos e castanhas portuguesas. Ainda dentre os mais presentes, tivemos o Barnaut Brut Grand Cru Reserve. Um luxo de Champagne que de tão especial, recomendo comprá-lo em garrafa magnum. Um dos grandes expoentes do mercado brasileiro hoje. Nesse ponto o que ficou em evidência em nosso tasting foi que os Champagnes produzidos com uvas denominadas Grand Cru são mesmo mais profundos que a maioria dos Champagne Brut.

Lado a lado o Mais Intenso e o Mais Sutil dos Brut degustados

Em contrapartida o mais elegante e delicado de todos os Brut degustados foi o Cattier Brut. Prima pela elegância, sutileza e finesse. Vale ressaltar que foram os Champagnes dessa casa que foram servidos nos vôos do saudoso Concorde, durante muitos anos. Logo após esse Champagne tivemos também o delicado Delamotte Brut, repleto de vida e presença marcante. A “irmã” da casa em questão é a Maison Salon, que produz o melhor de todos os Champagnes, o mítico Salon Blanc de Blancs Cuvée S. Já tivemos a oportunidade de provar diversas vezes esse delicioso Champagne e mais uma vez ele teve excelente desempenho.

 A perlage é fina e as borbulhas são velozes. Aromaticamente, é delicioso e com ótimo frescor. Estão presentes as frutas secas, o pão e a boa presença mineral. Gustativamente é elegante, firme e prazeroso. Ótimo para uma especial abertura de qualquer grande evento enogastronômico. Harmonização excelente com um bom presunto cru espanhol (de preferência um pata negra!). Pronto para consumo hoje.

Magnum de Barnaut Grande Reserve Grand Cru Brut e de Delamotte Brut

O duo a seguir fica no intermezzo de intensidade. São eles: Ayala Brut Majeur e o Philipponnat Royale Reserve Brut.  O primeiro, produzido por uma das mais importantes da pequena comuna de Aÿ, uma das mais renomadas sub-regiões de toda a Champagne. Translúcido com fina perlage, que de tão fina nos remete a um Vintage. Seus aromas são muito equilibrados, com toques minerais, tons de maçãs, cítricos e de fermento. O frescor e a elegância são marcantes no nariz. Na boca é muito especial, pois alia médio corpo a um final de boca marcante. Essa garrafa está seguramente entre as melhores Brut non vintage do mercado brasileiro. Delicioso hoje e com mais cinco anos de evolução. O segundo também produzido com fruta das cercanias de Aÿ, mais especificamente em Mareuil-sur-Aÿ, localizada poucos quilômetros de Aÿ. Perlage finíssima. Aromas sensacionais de um clássico e elegante Champagne. Alegre, vivo e com ótima presença. No palato é delicioso, confirmando a elegância. Apresenta ainda bastante frescor. Excelente para consumo hoje, mas com boa estrutura para evoluir por mais 3 / 4 anos.

Rótulo do imponente Philipponnat Brut Royale Reserve

Os Champagne Barnaut são importados para o Brasil pela Decanter – www.decanter.com.br

Os Champagne Mailly são importados para o Brasil pela Ana Import – www.anaimport.com.br

Os Champagne Taittinger são importados para o Brasil pela Expand – www.expand.com.br

Os Champagne Delamotte e Salon são importados para o Brasil pela WorldWine – www.worldwine.com.br

Os Champagne Ayala são importados para o Brasil pela Mistral – www.mistral.com.br

Os Champagne Cattier são importados para o Brasil pela Interfood/Todo Vino – www.todovino.com.br

Os Champagne Philipponnat são importados para o Brasil pela Vinos y Vinos – www.vinosyvinos.com.br

Os Champagne Veuve Clicquot são importados para o Brasil pela LVMH Brasil – www.lvmh.com/the-group/lvmh-worldwide/brazil