Jacques Tardi mostra em quadrinhos o horror dos campos de batalha

No ambiente hostil da Primeira Grande Guerra, alemães, ingleses e franceses passam por situações desumanas no ‘front’. Suas casas agora são as trincheiras, os soldados vivem na lama e “o mais impressionante é que ainda há vestígio de vida no fundo dos buracos, apesar de tantas ogivas serem lançadas todos os dias sobre tão pouco terreno”. Lançado no Brasil pela Editora Nemo, Era a guerra de trincheiras, do mestre francês Jacques Tardi, mostra com realismo estes momentos pouco registrados nos livros de História, num clamor contra o horror da guerra – qualquer guerra.

Baseado em extensa bibliografia e filmografia (que vai desde Charles Chaplin até Ernest Hemingway), Tardi conta ainda com ajuda de seu documentarista, Jean-Pierre Verney, com quem mantinha longas conversas telefônicas quase todos os dias para a elaboração detalhada de cada quadro. Sua intenção não é contar uma história cheia de heróis e aventuras, e sim ilustrar um momento doloroso e traumático dos homens, num “grito gigantesco de agonia”, como afirma na apresentação do álbum.

Influenciado pelos relatos do avô, Tardi usa esse álbum como uma forma de denúncia pelas circunstâncias deploráveis em que se encontravam os combatentes, por meio de relatos de testemunhas que ele buscou por conta própria. As histórias mostram acontecimentos, reflexões e até mesmo paranoias causadas pelos horrores presenciados. Uma delas fala sobre Gaspard, um soldado que caçava ratos. Uma noite teve seu abrigo inundado, mas conseguiu fugir. Quando foi encontrado, estava quase irreconhecível por conta do irônico destino que lhe foi reservado.

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Era a guerra de trincheiras
Autor e ilustrador: Jacques Tardi
Tradução: Ana Ban
Número de páginas: 128
Formato: 22,5 x 29,5 cm
Preço: R$ 49,00
ISBN: 978-85-64823-07-5